Confesso que se tem uma coisa que mais me dá preguiça, é de escrever. É interessante isso. Acho que a partir do momento em que a consciencia se toma de uma responsabilidade pela produção de textos, começam a surgir certas cobranças internas e aí a coisa pega. O grande problema está na introdução de um texto. Depois de começado, até que a coisa flui de forma natural, mas a escolha e agonizante. A música é algo que motiva. Inspira. Abre a percepção. Quando ouço Chico Buarque, nas suas "construções" dos bons tempos, Vinícius de Moraes, o próprio Roberto em algumas canções, dá uma vontade louca de sair produzindo poesias. Sempre gostei de uma boa música. Isso porque a música anda de braços com a poesia e com a produção literária. Essa abençoada internet, tem tido o condão de me mostrar coisas nesse campo que simplesmente encantam. Sempre gostei muito de uma canção interpretada pelo Raimundo Fagner(esse cara me faz lembrar de Nenzinha!), de autoria do Sivuca. Só agora, devo confessar, descobri que havia uma parceria dele com o Paulinho Tapajós nessa canção que é simplesmente linda. Estou descobrindo o Paulinho. É de uma sensibilidade e de uma beleza estonteante. Vai além de Andança, e Cantiga por Luciana que também são deles. Achei que tinha o dever de trazê-lo para esse espaço. Falo de "No tempo dos Quintais". Ouçam e se deleitem com a beleza dos versos do cara:
sábado, 19 de abril de 2008
domingo, 13 de abril de 2008
TRIBUTO
A Bebeth minha irmã, é a melhor fotógrafa que eu conheci, depois do Tio Uzias. Eu digo depois do Tio Uzias, porque o Tio Uzias foi o melhor que eu conheci de todos. Ele, tinha que fotografar debaixo de um cobertor preto. Ela não. Ela começou já com uma yashica, daquelas bonitinhas, com tele objetiva, tripé, filtro de lente e o escambau. Não quero também menosprezar o trabalho dela, pois, se hoje ela está na era da digitalização, por outro lado, não teve que fotografar com aquelas Kodaks quadradas que tinham dois vidrinhos de aumento em duas faces. Uma pra fotografia ficar em pé, no papel, e a outra pra fotografia ficar deitada(ô maquininhazinha ordinária!). E ainda tinha uma alcinha sem vergonha, pra se carregar, que só cabia um dedo.
A Bebeth hoje, tem Photoshoping, que ajuda bastante. Também é preciso dizer que, se o photoshoping faz milagre, sem um artista na frente do computador, a arte não existe. O photoshoping do Tio Uzias, era um lápis com uma ponta comprida. Só pra fazer a ponta do lápis, ele demorava uma semana. Abria um corte com gillete(alguém se lembra do gillete?), fazia uma ponta comprida e depois ficava afinando aquilo numa lixa preta, que ele molhava de vez em quando. Depois de pronta a ponta, ele abria uma engenhoca de madeira, igual aquelas estantes de altar de igreja, enfiava o negativo(alguém sabe o que é isso?) e, através de uma abertura redonda, confeccionada num papelão, sob a luz do sol, fazia os retoques necessários na fotografia. Ali, ele tirava rugas, corrigia manchas, e dava um toque de mestre na foto. As fotos do Tio Uzias, andam espalhadas pelo mundo afora. Vez em quando deparo com uma daquelas pessoas mais antigas que eu, que guardam uma foto de casamento, ou uma cópia de fotografia do Padre Lanzillote, pendurada numa parede de General Carneiro, Ipatinga, São Cândido, Pouso Alto, e por ai afora.
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